Trapeze: Ficou Conhecido com a Chegada de Glenn Hughes ao Deep Purple
O Hard Rock Britânico dos Anos Setenta
Se há uma década que marcou o cenário do hard rock britânico, foi certamente a de setenta.
Entre as diversas bandas que ecoavam pelos palcos, o Trapeze se destacou, conquistando sucesso notável nos Estados Unidos, onde ficou apenas atrás do lendário Led Zeppelin.
Eles foram uma das primeiras bandas a misturar hard rock, funk e soul, criando um som original e inovador.
O Trapeze foi formado a partir da fusão de duas bandas anteriores: The Montanas e Finders Keepers.
O nome da banda, que foi inspirado em um filme de 1956 estrelado por Burt Lancaster, Tony Curtis e Gina Lollobrigida.
Glenn Hughes e o Trapeze: Uma Parceria de Sucesso
O ponto de virada na trajetória do Trapeze aconteceu quando Glenn Hughes, posteriormente apelidado de “The Voice Of Rock”, uniu forças com a banda.
Hughes, inicialmente guitarrista, tornou-se baixista e vocalista, moldando seu talento e estilo únicos.
Deixando a escola aos 15 anos para seguir sua paixão pela música, Hughes rapidamente se destacou no cenário local antes de ingressar no Trapeze.
Sua participação na banda não só elevou o grupo a novos patamares, mas também foi o trampolim para sua futura fama com o Deep Purple.
Mel Galley: O Líder Incontestável
No coração do Trapeze estava Mel Galley, o líder incontestável e principal compositor. Galley permaneceu como o único membro presente em todas as formações da banda, deixando uma marca indelével em sua história.
A Saída de Glenn Hughes e o Convite do Deep Purple
A ascensão meteórica de Glenn Hughes no Trapeze atraiu a atenção do Deep Purple. Em 1973, Hughes recebeu um convite para substituir Roger Glover no baixo.
A decisão de Hughes de aceitar esse convite foi crucial e marcou o fim de sua jornada com o Trapeze.
Mel Galley: Uma Lenda do Rock
Mel Galley, além de seu papel no Trapeze, deixou sua marca em bandas como Whitesnake, Phenomena, e Finders Keepers.
Seus maiores sucessos, “Ain't no Love in the Heart of the City” com o Whitesnake e “Did it All for Love” com o Phenomena, ecoam até hoje.
Infelizmente, a batalha contra um devastador câncer de esôfago levou Mel Galley em 1 de julho de 2008.
Mesmo em meio a condições de saúde críticas, suas mensagens encorajadoras no MySpace emocionaram fãs e amigos ao redor do mundo.
A Homenagem Póstuma e o Legado de Mel Galley
A comovente homenagem de David Coverdale durante a turnê europeia do Whitesnake, dedicando “Love Ain’t No Stranger” a Mel Galley todas as noites, evidencia o impacto duradouro do guitarrista.
Seu ex-companheiro Glenn Hughes também expressou suas emoções, prometendo honrar o legado de Galley.
“Melville, comigo, o seu legado está em boas mãos! Nos encontraremos um dia no Jardim, e logo o reconhecerei como meu irmão”.
Discografia
A discografia da banda Trapeze é composta por sete álbuns de estúdio, lançados entre 1970 e 1979.
Trapeze (1970): O álbum de estreia da banda, que contou com a participação de John Jones e Terry Rowley, além do trio clássico formado por Glenn Hughes, Mel Galley e Dave Holland.
O álbum apresenta um som mais progressivo e psicodélico, com influências de jazz e soul.
Medusa (1970): O segundo álbum da banda, e o primeiro como um trio. O álbum é considerado um clássico do hard rock, com músicas como “Black Cloud”, “Medusa” e “Touch My Life”.
O álbum mostra a evolução do som da banda, que se tornou mais pesado e direto.
You Are the Music... We're Just the Band (1972): O terceiro álbum da banda, e o último com a participação de Glenn Hughes.
Este álbum é outro marco do hard rock, com músicas como “Coast to Coast”, “You Are the Music” e “Keepin' Time”. O álbum também incorpora elementos de funk e soul, destacando o talento vocal de Hughes.
Hot Wire (1974): O quarto álbum da banda, e o primeiro com a nova formação, que incluía Rob Kendrick na guitarra e Pete Wright no baixo, além de Mel Galley e Dave Holland.
O álbum mantém o estilo hard rock da banda, com músicas como “Back Street Love”, “Take It On Down the Road” e “Midnight Flyer”.
Trapeze (1976): O quinto álbum da banda, e o segundo homônimo. O álbum marca o retorno de Glenn Hughes, que se reuniu com Mel Galley e Dave Holland para uma turnê em 1976.
Este é uma compilação de músicas gravadas ao vivo durante essa turnê, com algumas faixas de estúdio inéditas. O álbum mostra a química e a energia da banda ao vivo.
Hold On (1979): O sexto e último álbum da banda, e o único com a participação de Peter Goalby nos vocais e na guitarra, além de Mel Galley e Dave Holland.
O álbum apresenta um som mais comercial e pop, com músicas como “Don't Ask Me How I Know”, “Running” e “Hold On”. O álbum foi lançado apenas nos Estados Unidos, e não teve muito sucesso.
Welcome to the Real World: Live at the Borderline (1998): O único álbum ao vivo oficial da banda, lançado postumamente. O álbum registra um dos shows da turnê de reunião da banda em 1992, que contou com Glenn Hughes, Mel Galley, Dave Holland e Geoff Downes nos teclados. O álbum traz clássicos da banda, como “Black Cloud”, “Coast to Coast” e “You Are the Music”.
Quem Produziu os Álbuns do Trapeze
- Trapeze (1970): John Lodge, baixista do The Moody Blues
- Medusa (1970): John Lodge
- You Are the Music... We're Just the Band (1972): Neil Slaven, produtor de blues e rock
- Hot Wire (1974): Tom Dowd, produtor de jazz, R&B e rock
- Trapeze (1976): Steve Smith, produtor de rock e pop
- Hold On (1979): Steve Smith
Clássicos do Trapeze
As músicas do Trapeze abordavam diversos temas, como amor, solidão, liberdade, esperança e desafios.
A música “Black Cloud” fala sobre a tristeza de perder alguém;
Já a música “Medusa” conta a história de uma mulher sedutora e perigosa;
“Coast to Coast” tem como tema o desejo de viajar pelo mundo;
“On the Sunny Side of the Street” celebra a alegria de viver;
“Don't Ask Me How I Know” reflete sobre as lições aprendidas na vida.
Essas músicas mostram a sensibilidade e a criatividade dos compositores do Trapeze, que souberam explorar diferentes emoções e situações em suas letras.
O Trapeze e o Legado Perene
O Trapeze teve diversas mudanças de formação ao longo dos anos, alguns dos músicos que passaram pela banda foram Pete Goalby, que depois se juntou ao Uriah Heep, e Dave Holland, que depois se juntou ao Judas Priest.
A banda, impulsionado pela presença de Glenn Hughes e liderado por Mel Galley, deixou uma marca indelével na história do rock.
A jornada da banda, desde os palcos britânicos até os corações americanos, continua a inspirar e influenciar novas gerações de amantes do rock.
Alguns álbuns mais aclamados do Trapeze, Medusa (1970) e You Are the Music... We're Just the Band (1972), são considerados clássicos do gênero.
O legado de Mel Galley perdura não apenas nas músicas atemporais, mas nas memórias e homenagens de seus companheiros de banda e fãs.
A história do Trapeze é um testemunho do poder transformador da música e da eternidade das lendas do rock.
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