The Stranglers Conheça a História da Icônica Banda
The Stranglers é uma das bandas mais influentes e controversas do rock britânico, que surgiu na década de 1970 e atravessou diversas fases e estilos musicais, desde o punk até a new wave.
Neste post, vamos conhecer um pouco mais sobre a história, os membros, os sucessos, as polêmicas, as curiosidades, o legado e os shows memoráveis dessa banda que marcou gerações.
De punk a new wave: a evolução sonora dos Stranglers
The Stranglers começou como uma banda de pub rock, tocando covers de artistas como The Doors, The Kinks e The Rolling Stones.
Em 1974, eles se mudaram para Londres e entraram em contato com a cena punk, que estava em ascensão.
Eles se tornaram parte do movimento, mas se diferenciavam dos demais grupos por terem uma sonoridade mais complexa e variada, com influências de rock progressivo, jazz, reggae e música clássica.
The Stranglers se destacavam pelo uso do órgão, tocado por Dave Greenfield, que criava uma atmosfera sombria e misteriosa nas canções.
Álbuns do The Stranglers
O primeiro álbum da banda, Rattus Norvegicus, foi lançado em 1977 e foi um sucesso de crítica e público, alcançando o quarto lugar nas paradas britânicas.
O disco continha faixas como Peaches, (Get A) Grip (On Yourself) e Hanging Around, que se tornaram clássicos do punk rock.
No mesmo ano, eles lançaram o segundo álbum, No More Heroes, que seguiu a mesma linha do anterior, mas com letras mais ácidas e sarcásticas, abordando temas como política, religião, sexo e violência.
O álbum também foi um sucesso, com destaque para as faixas No More Heroes, Something Better Change e Five Minutes.
Em 1978, eles lançaram o terceiro álbum, Black and White, que marcou uma mudança na sonoridade da banda, com elementos de música eletrônica e experimental.
O disco foi dividido em duas partes: a primeira, em preto e branco, era mais sombria e agressiva, com faixas como Tank, Nice ‘n’ Sleazy e Sweden (All Quiet on the Eastern Front); a segunda, em cores, era mais melódica e pop, com faixas como Walk On By, Duchess e Golden Brown.
O álbum foi bem recebido pela crítica, mas dividiu a opinião dos fãs, que preferiam o estilo mais punk dos discos anteriores.
Em 1979, eles lançaram o quarto álbum, The Raven, que foi ainda mais ousado e inovador, incorporando influências de música oriental, celta, medieval e até mesmo disco.
O disco abordou temas como drogas, ciência, mitologia e guerra, com faixas como The Raven, Nuclear Device, Don’t Bring Harry e Genetix.
O álbum foi um sucesso comercial, mas também gerou polêmica, especialmente pela capa, que mostrava uma imagem do líder iraniano Aiatolá Khomeini, que havia liderado a Revolução Islâmica naquele ano.
Álbuns nos Anos 80
Nos anos 1980, a banda entrou na fase new wave, com discos mais acessíveis e dançantes, mas sem perder a originalidade e a irreverência.
Eles lançaram álbuns como La Folie (1981), que continha o hit Golden Brown, uma canção sobre heroína que chegou ao segundo lugar nas paradas; Feline (1983), que tinha uma sonoridade mais suave e sofisticada, com faixas como European Female, Midnight Summer Dream e Paradise; e Aural Sculpture (1984), que tinha uma produção mais polida e comercial, com faixas como Skin Deep, No Mercy e Let Me Down Easy.
Em 1986, eles lançaram o álbum Dreamtime, que foi inspirado pela cultura aborígene australiana e pelo movimento ambientalista.
O disco continha faixas como Always the Sun, Nice in Nice e Big in America. Em 1987, eles lançaram o álbum All Live and All of the Night, que era uma compilação de gravações ao vivo de vários shows da banda, com faixas como No More Heroes, Peaches, Strange Little Girl e All Day and All of the Night.
Em 1988, eles lançaram o álbum 10, que foi o último com a formação original da banda. O disco tinha uma sonoridade mais hard rock, com faixas como Sweet Smell of Success, All Roads Lead to Rome e 96 Tears.
O álbum foi um fracasso comercial e crítico, e marcou o fim de uma era para os Stranglers.
Os membros originais e as mudanças na formação da banda
Hugh Cornwell: vocalista, guitarrista e principal compositor. Ele era o líder e o porta-voz dos Stranglers, e tinha uma voz grave e rouca, que combinava com o estilo da banda. Ele saiu da banda em 1990, após desentendimentos com os demais membros, e seguiu carreira solo.
Jean-Jacques Burnel: baixista, vocalista e co-compositor. Ele era o mais agressivo e rebelde dos Stranglers, e tinha um estilo de tocar baixo rápido e distorcido, que era uma das marcas registradas da banda. Ele também era faixa preta de karatê, e chegou a se envolver em várias brigas com jornalistas, fãs e outros músicos. Ele permanece na banda até hoje, e também lançou alguns álbuns solo.
Dave Greenfield: tecladista, vocalista e co-compositor. Ele era o mais excêntrico e criativo dos Stranglers, e tinha um estilo de tocar órgão inspirado por Ray Manzarek, do The Doors, e Rick Wakeman, do Yes. Ele criava melodias e efeitos sonoros que davam uma personalidade única à banda. Ele permaneceu na banda até sua morte, em 2020, vítima da Covid-19.
Jet Black: baterista e fundador da banda. Ele era o mais velho e experiente dos Stranglers, e tinha uma batida precisa que sustentava o ritmo da banda. Ele era o dono de um pub, onde a banda se apresentava no início da carreira. Ele se afastou da banda em 2015, por motivos de saúde, mas continuou sendo considerado um membro honorário.
Após a saída de Hugh Cornwell, a banda passou por várias mudanças na formação, com a entrada e saída de diversos vocalistas e guitarristas, como John Ellis, Paul Roberts, Baz Warne e Jonny Sox.
Nenhum conseguiu substituir o carisma e a química de Cornwell, e a banda perdeu parte de sua relevância e popularidade.
A formação atual é Jean-Jacques Burnel, Dave Greenfield, Baz Warne e Jim Macaulay.
The Stranglers Banda Envolvido em Polêmicas
The Stranglers teve várias polêmicas ao longo de sua carreira, que lhe renderam uma reputação de banda rebelde e provocadora. As mais notórias são:
A briga com os Sex Pistols: em 1976, os Stranglers e os Sex Pistols se apresentaram juntos no festival 100 Club Punk Special em Londres. Durante o show dos Sex Pistols, Jean-Jacques Burnel subiu no palco e começou a tocar baixo sem ser convidado. Isso irritou o vocalista Johnny Rotten, que o empurrou e o xingou. Burnel revidou com um soco, e os dois começaram uma briga, que envolveu também os demais membros das bandas. A briga foi registrada por um fotógrafo, e se tornou uma das imagens mais icônicas do punk rock.
Em 1977, os Stranglers foram presos na Bélgica, após um show em Bruxelas, acusados de incitar a violência e o vandalismo. Segundo a polícia, a banda teria incentivado o público a jogar garrafas e pedras no palco, e a depredar o local. A banda negou as acusações, e disse que foram vítimas de uma armadilha orquestrada por um promotor desonesto, que queria se livrar de pagar o cachê. Eles ficaram detidos por cinco dias, e foram soltos após pagar uma fiança. O incidente inspirou a canção No More Heroes, que cita a frase “Whatever happened to the heroes?”, que teria sido dita por Hugh Cornwell na prisão.
Em 1979, os Stranglers lançaram o álbum The Raven, que tinha uma capa polêmica, que mostrava uma imagem do líder iraniano Aiatolá Khomeini, que havia liderado a Revolução Islâmica naquele ano. A capa foi considerada ofensiva e blasfema pelos muçulmanos, que protestaram contra a banda e ameaçaram boicotar o disco. A banda disse que a capa era uma crítica à opressão e à intolerância religiosa, e que não tinha a intenção de ofender ninguém.
A influência dos Stranglers no cenário musical britânico
The Stranglers foi uma das bandas mais influentes e respeitadas do rock britânico, que teve um papel importante na cena punk e new wave, e que inspirou vários outros artistas, como The Cure, The Smiths, U2, REM, Oasis, Blur, Radiohead e Arctic Monkeys.
A banda foi reconhecida por sua originalidade e versatilidade, que lhe permitiu explorar diversos gêneros e estilos musicais, sem perder sua identidade e sua qualidade.
The Stranglers foi elogiada por sua atitude e sua postura crítica, que lhe rendeu uma legião de fãs fiéis e admiradores.
Curiosidades sobre a vida e carreira dos integrantes
Aqui estão algumas curiosidades sobre a vida e a carreira dos integrantes da banda:
Hugh Cornwell é formado em bioquímica pela Universidade de Bristol, e chegou a trabalhar em um laboratório de pesquisa sobre o câncer, antes de se dedicar à música. Ele também é autor de vários livros, como The Stranglers: Song by Song, Window on the World e Arnold Drive.
Jean-Jacques Burnel é fluente em francês, inglês, japonês e italiano, e tem cidadania francesa e britânica. Ele também é um apaixonado por motocicletas, e chegou a participar de corridas e ralis. Ele também é um praticante de artes marciais, e tem faixas pretas em karatê, judô e jiu-jitsu.
Dave Greenfield era um fã de ficção científica e fantasia, e tinha uma coleção de livros, revistas e quadrinhos do gênero. Ele também era um aficionado por computadores, e chegou a criar um jogo de aventura chamado The Stranglers Game, que foi lançado em 1983, para o ZX Spectrum.
Jet Black era o dono de um pub chamado The Jackpot, onde os Stranglers se apresentavam no início da carreira. Ele também era o responsável por transportar os equipamentos da banda, em uma van que ele apelidou de “The Black Pig”. Ele também era um empresário bem-sucedido, e chegou a ter vários negócios, como uma frota de táxis, uma loja de discos e uma fazenda.
O legado e a importância dos Stranglers na história do rock
The Stranglers é uma das bandas mais importantes e duradouras da história do rock, que tem mais de 40 anos de carreira, e mais de 20 álbuns lançados.
A banda vendeu mais de 40 milhões de discos em todo o mundo, e teve mais de 20 canções no top 40 das paradas britânicas.
The Stranglers recebeu vários prêmios e homenagens, como o Ivor Novello Award, o Mojo Icon Award, o Q Hero Award e o Kerrang! Inspiration Award. A banda também foi indicada ao Rock and Roll Hall of Fame, em 2018, mas não foi eleita.
A banda continua na ativa, fazendo shows e lançando novos discos, como o último, Dark Matters, que foi lançado em 2021, e que foi o primeiro sem Dave Greenfield, que faleceu em 2020.
Eles continuam sendo uma referência e uma inspiração para as novas gerações de músicos e fãs, que reconhecem sua contribuição e sua relevância para a cultura e a sociedade.
Os shows memoráveis e a energia contagiante da banda
The Stranglers é conhecida por seus shows ao vivo, que são sempre cheios de energia, emoção e interação com o público.
A banda tem um repertório variado, que mistura canções antigas e novas, e que agrada a todos os gostos e idades.
The Stranglers tem uma performance impecável, que demonstra sua habilidade e sua experiência musical. A banda também tem uma química e uma sintonia entre os membros, que se reflete no palco e na plateia.
Alguns dos shows mais memoráveis da banda
O show no Roundhouse, em Londres, em 1977, foi gravado e lançado como o álbum ao vivo Live (X Cert). O show foi um dos primeiros da banda em um local grande, e contou com a participação de vários convidados, como Ian Dury, Wilko Johnson e Robert Fripp. O show foi um sucesso, e mostrou a força e a popularidade da banda na cena punk
O show no Reading Festival, em 1990, foi o último com Hugh Cornwell na banda. O show foi uma despedida emocionante, que reuniu milhares de fãs e admiradores da banda. O show foi marcado por momentos de nostalgia, humor e agradecimento, e teve um setlist que incluiu todos os grandes sucessos da banda, como No More Heroes, Golden Brown, Always the Sun e Peaches.
O show no Brixton Academy, em Londres, em 2004, foi o primeiro com Baz Warne na banda. Foi uma celebração do retorno da banda, que havia ficado quatro anos sem lançar um disco novo. O show foi um triunfo, que provou que a banda ainda tinha muito a oferecer, e contou com a presença de vários convidados especiais, como Alice Cooper, Brian May e Roger Taylor. O show foi gravado e lançado como o DVD e CD Norfolk Coast Live.
O show no Glastonbury Festival, em 2010, foi um dos mais prestigiados da carreira da banda. Foi uma consagração, que colocou a banda no mesmo patamar de outros grandes nomes do rock, como U2, Muse e Stevie Wonder. O show foi um espetáculo, que impressionou pela qualidade e pela energia da banda, e que teve um público de mais de 100 mil pessoas, que cantaram e dançaram junto com a banda. O show foi transmitido pela BBC, e teve uma ótima repercussão na mídia e nas redes sociais.
Por que os fãs continuam apaixonados pelos Stranglers
The Stranglers é uma banda que conquistou e manteve uma legião de fãs apaixonados, que acompanham e apoiam a banda há décadas.
Os fãs se identificam com a música, a letra, a atitude e a personalidade da banda, que sempre foi fiel aos seus princípios e aos seus ideais.
Os fãs admiram a qualidade e a originalidade da banda, que sempre se reinventou e se adaptou aos tempos, sem perder sua essência e sua autenticidade.
Os fãs se sentem parte de uma comunidade, que compartilha os mesmos gostos e valores, e que se une em torno da banda.
Os fãs se divertem e se emocionam com os shows da banda, que são sempre uma experiência única e inesquecível.
The Stranglers é uma banda que marcou a história do rock, e que continua fazendo história, com sua música, sua arte e sua paixão.
Eles merecem todo o respeito e o reconhecimento, por sua trajetória, sua influência e sua importância.
The Stranglers é uma banda que vale a pena conhecer, ouvir e amar. The Stranglers é uma banda que é, e sempre será, uma lenda.
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