Anathema: Das Profundezas do Doom ao Progresso Sonoro e Melódico
Você provavelmente já ouviu falar do poderoso som do doom metal e das intensas melodias que evocam sentimentos profundos.
Nesse universo musical sombrio e catártico, uma banda inglesa brilhou intensamente: Anathema. Com mais de três décadas de carreira, essa banda de Liverpool conquistou corações e mentes com sua música que abraça temas de amor, religião e morte.
Acompanhe-me nesta jornada através da história da Anathema, onde os irmãos gêmeos Danny e Vincent Cavanagh, juntamente com seus companheiros de banda, moldaram uma trajetória que transcende os limites do doom metal.
Os Primeiros Passos no Abismo: 1990 – 1996
Tudo começou em 1990, quando os irmãos Cavanagh, Danny e Vincent uniram forças com o baterista Duncan Patterson e o vocalista Darren White para formar a banda Anathema.
Juntos, eles mergulharam nas profundezas do doom metal, um gênero conhecido por suas guitarras pesadas, atmosferas sombrias e letras melancólicas.
Formada na mesma cidade dos Beatles, mas eles não se consideram influenciados pela famosa banda. Eles dizem que preferem bandas como Pink Floyd, Led Zeppelin e Black Sabbath.
Os primeiros três álbuns, “Serenades” (1993), “The Silent Enigma” (1995) e “Eternity” (1996), rapidamente se tornaram clássicos do gênero.
O nome Anathema significa “maldição” ou “excomunhão” em grego. A banda escolheu esse nome porque queria expressar a sua revolta contra a religião organizada e a hipocrisia da sociedade.
Anathema e o Reinado no Doom Metal
Esses álbuns ajudaram a solidificar a Anathema como um dos principais nomes da cena do metal extremo.
Com suas letras profundas e sombras, a banda conquistou uma legião de fãs sedentos por emoções intensas.
As poderosas guitarras e vocais sombrios criaram uma paisagem sonora que era, ao mesmo tempo, desafiadora e recompensadora.
O Caminho Menos Percorrido: Progressão Musical (2001 – 2012)
Contudo, como todas as grandes bandas, a Anathema não ficou estagnada. A partir de meados dos anos 2000, a banda começou a trilhar um caminho diferente.
Seu quinto álbum, “A Fine Day to Exit” (2001), sinalizou uma virada em sua carreira. O doom metal tradicional começou a ceder espaço para elementos de rock progressivo, metal progressivo e até mesmo eletrônica.
O som da Anathema estava evoluindo, e os fãs foram convidados a embarcar nessa jornada.
“Weather Systems” (2012) e o Ponto de Virada
O ano de 2012 marcou um ponto de virada na carreira da Anathema. A banda lançou “Weather Systems”, um álbum que apresentou uma mistura única de metal extremo e progressivo.
O álbum foi aclamado pela crítica e marcou o início de uma série de turnês bem-sucedidas que levariam a banda a novos públicos ao redor do mundo.
Com “Weather Systems,” a Anathema provou que não estava disposta a se acomodar, mas sim a explorar novas sonoridades e conquistar novos horizontes.
A banda tem uma forte ligação com a natureza e o meio ambiente. Eles são vegetarianos e apoiam causas ambientais.
Eles também usam imagens da natureza em suas capas de álbuns e letras de músicas. Por exemplo, o álbum “Weather Systems” foi inspirado pelas mudanças climáticas e o impacto que elas têm na vida das pessoas.
Grande rotatividade na formação
Anathema passou por várias mudanças de formação ao longo dos anos. O vocalista original, Darren White, saiu da banda em 1995, sendo substituído por Vincent Cavanagh, que era guitarrista.
O baixista original, Duncan Patterson, saiu em 1998 e substituído por Dave Pybus, que depois saiu em 2001, substituído por Jamie Cavanagh, irmão de Danny e Vincent.
O baterista original, John Douglas, saiu em 1997, sendo substituído por Shaun Steels, que saiu em 1999 e substituído por Lee Douglas, irmã de John. John Douglas voltou à banda em 2000 e Lee Douglas se tornou vocalista feminina em 2003.
A Versatilidade e a Jornada Contínua
Desde “Weather Systems”, a Anathema lançou diversos álbuns notáveis, incluindo “Distant Satellites” (2014), “A Sort of Homecoming” (2015), “The Optimist” (2017) e “The Optimist Live” (2018).
Cada um desses álbuns demonstrou a versatilidade e a habilidade da banda em se adaptar a novos estilos musicais.
A Anathema mostrou que consegue criar música emocionante e catártica em uma ampla gama de estilos, mantendo a paixão e a autenticidade que sempre a caracterizaram.
A banda é conhecida por fazer shows emocionantes e envolventes. Eles costumam interagir com o público e criar uma atmosfera íntima e acolhedora.
Eles também usam efeitos visuais e sonoros para criar uma experiência imersiva. Por exemplo, no álbum “A Sort of Homecoming”, eles gravaram um show ao vivo na Catedral de Liverpool, um lugar histórico e simbólico para a banda.
Músicas Mais Famosas
As músicas mais famosas da Anathema são aquelas que representam as diferentes fases e estilos da banda ao longo de sua carreira. Algumas delas são:
Untouchable (part. 1) e Untouchable (part. 2) Essas duas músicas fazem parte do álbum “Weather Systems” (2012), considerado um dos melhores da banda.
Elas mostram a mistura de metal progressivo e rock alternativo que caracteriza o som atual da Anathema.
One Last Goodbye: Essa música faz parte do álbum “Judgement” (1999), o primeiro sem o baixista original Duncan Patterson. Ela é uma homenagem ao pai dos irmãos Cavanagh, que morreu de câncer. A música é uma balada emocionante que expressa o luto e a saudade.
A Dying Wish: Essa música faz parte do álbum “The Silent Enigma” (1995), o segundo da banda e o primeiro com Vincent Cavanagh nos vocais.
Ela é uma das últimas músicas que a banda fez no estilo doom metal, com guitarras pesadas, vocais guturais e letras sombrias. A música fala sobre o desejo de morrer e escapar do sofrimento.
Essas são apenas algumas das músicas mais famosas da Anathema, mas existem muitas outras que valem a pena conhecer.
Uma Jornada Musical Incomparável
A história da Anathema é uma jornada musical incomparável que passou do doom metal ao progresso sonoro.
Com letras profundas que exploram temas universais como amor, religião e morte, a banda conquistou fãs em todo o mundo.
Ao longo de mais de três décadas, eles se reinventaram, exploraram novas sonoridades e permaneceram fiéis à sua paixão pela música.
Se você é um fã do rock que busca uma experiência musical emocional e diversificada, a Anathema é uma banda que merece sua atenção.
Então, pegue seus fones de ouvido e mergulhe na paisagem sonora única da Anathema. Sinta a emoção, a melancolia e a beleza que permeiam sua música.
E lembre-se, no mundo do rock, poucas bandas conseguiram viajar tão longe e tocar tão fundo como a Anathema. É uma viagem que vale a pena embarcar.
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