Electric Light Orchestra, banda que uniu o rock e a música clássica
Electric Light Orchestra, ou simplesmente ELO, foi uma das bandas mais inovadoras e criativas dos anos 70 e 80.
Formada em Birmingham, na Inglaterra, por Jeff Lynne e Roy Wood, a banda tinha como proposta misturar o rock com a música clássica, usando instrumentos como violinos, violoncelos, metais e madeiras. O resultado foi um som único e original, que conquistou milhões de fãs pelo mundo.
Nos acompanhe nesta história de álbuns e curiosidades dessa banda que marcou época e influenciou muitos artistas.
O início da ELO
A ELO surgiu em 1970, como um projeto paralelo de Roy Wood, guitarrista, vocalista e compositor do The Move, uma banda de rock psicodélico que fazia sucesso na época.
Wood tinha a ideia de criar uma nova banda que usaria instrumentos clássicos para dar um toque sofisticado ao rock.
Ele convidou Jeff Lynne, líder do The Idle Race, outra banda de Birmingham, para se juntar a ele nessa empreitada. Lynne aceitou o convite, mas com a condição de que eles se dedicariam ao novo projeto.
Em julho de 1970, Wood e Lynne gravaram a primeira música da ELO, chamada “10538 Overture”, que usava vários violoncelos para criar um som pesado e melódico.
A canção foi lançada como single e fez sucesso nas paradas britânicas. O baterista do The Move, Bev Bevan, também se envolveu no projeto e se tornou o terceiro membro da ELO.
A banda lançou seu primeiro álbum em 1971, intitulado “The Electric Light Orchestra”, que continha regravações de músicas do The Move e composições originais de Wood e Lynne.
O disco mostrava a influência dos Beatles e da música barroca, com arranjos elaborados e harmonias vocais. A crítica recebeu bem o álbum, mas o público não se empolgou muito.
A saída de Roy Wood e a ascensão da ELO
Em 1972, Roy Wood decidiu deixar a ELO para formar outra banda, chamada Wizzard. Ele levou consigo alguns dos músicos que tocavam com a ELO ao vivo, como o violinista Wilfred Gibson e o baixista Bill Hunt.
Wood também tentou levar Jeff Lynne com ele, mas este recusou e preferiu continuar na ELO.Lynne assumiu então o controle criativo da banda, compondo, produzindo e arranjando todas as músicas.
Ele também contratou novos músicos para completar a formação da ELO, como o baixista Mike de Albuquerque, o violinista Mik Kaminski e os violoncelistas Mike Edwards e Colin Walker.
A ELO lançou seu segundo álbum em 1973, chamado “ELO 2", que trazia uma sonoridade mais voltada para o rock progressivo.
O disco continha uma versão de quase 11 minutos da música “Roll Over Beethoven”, de Chuck Berry, que se tornou um hit nas rádios.
O álbum também trazia músicas como “Mama”, “Kuiama” e “From the Sun to the World (Boogie No. 1)”, que mostravam a habilidade de Lynne em criar melodias cativantes e orquestrações complexas.
O sucesso mundial da ELO
A partir de 1974, a ELO começou a ganhar popularidade no mundo todo, especialmente nos Estados Unidos. A banda lançou uma série de álbuns que entraram nas paradas de sucesso, como “On the Third Day” (1974), “Eldorado” (1974), “Face the Music” (1975), “A New World Record” (1976) e “Out of the Blue” (1977).
Esses discos traziam músicas que se tornaram clássicos da ELO, como “Showdown”, “Can't Get It Out of My Head”, “Evil Woman”, “Livin' Thing”, “Telephone Line”, “Turn to Stone” e “Mr. Blue Sky”.
A ELO também se destacava pelos seus shows ao vivo, que contavam com efeitos especiais, iluminação e cenários futuristas.
A banda usava uma nave espacial como símbolo e como palco, criando uma atmosfera de ficção científica. A ELO também se apresentou em grandes eventos, como o Concert for Bangladesh, em 1971, e o Live Aid, em 1985.
A Electric Light Orchestra entrou para o Hall da Fama do Rock and Roll em 2017, a introdução foi feita por Dhani Harrison, filho de George Harrison, que era amigo e colaborador de Jeff Lynne.
O declínio e o fim da ELO
No final dos anos 70, a ELO começou a perder espaço nas paradas de sucesso, devido à mudança de tendências musicais e à saturação do mercado.
A banda tentou se adaptar ao som da época, lançando discos mais influenciados pela música disco, como “Discovery” (1979), que trazia o hit “Don't Bring Me Down”, e “Xanadu” (1980), que era a trilha sonora do filme homônimo estrelado por Olivia Newton-John.
Em 1981, a ELO lançou seu último álbum de sucesso, chamado “Time”, que era um conceito sobre um homem que viaja para o futuro.
O disco trazia músicas como “Hold on Tight”, “Twilight” e “The Way Life's Meant to Be”. Depois disso, a banda entrou em declínio, lançando mais dois álbuns sem repercussão: “Secret Messages” (1983) e “Balance of Power” (1986).
Em 1986, Jeff Lynne decidiu encerrar as atividades da ELO, para se dedicar a outros projetos musicais.
Jeff se tornou um produtor renomado, trabalhando com artistas como George Harrison, Tom Petty, Roy Orbison e Paul McCartney.
Ele também fez parte do supergrupo Traveling Wilburys, ao lado de Harrison, Petty, Orbison e Bob Dylan.
As carreiras solo dos integrantes originais da ELO
Os integrantes originais da ELO seguiram caminhos diferentes após o fim da banda.
Roy Wood continuou na ativa com o Wizzard até 1975, depois lançou vários álbuns solo e participou de outros projetos musicais.
Roy também teve um sucesso natalino com a música “I Wish It Could Be Christmas Everyday”, a qual é tocada todos os anos no Reino Unido.
Bev Bevan formou uma nova versão da ELO em 1990, chamada ELO Part II, que contava com alguns ex-membros da banda original e novos músicos.
A ELO Part II lançou dois álbuns de estúdio e fez várias turnês pelo mundo. Em 2000, Bevan deixou a ELO Part II e se juntou ao The Move para uma turnê de reunião.
Em 2001, ele formou outra banda com ex-membros da ELO Part II, chamada The Orchestra.
Richard Tandy continuou trabalhando com Jeff Lynne em vários projetos musicais, como o Traveling Wilburys e os álbuns solo de Lynne.
Richard também lançou alguns álbuns instrumentais e colaborou com outros artistas. Em 2014, ele se reuniu com Lynne para reformar a ELO sob o nome de Jeff Lynne's ELO.
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