Big Star: a Bandade Memphis que Influenciou o Rock Alternativo
Big Star foi uma banda de rock formada em Memphis, Tennessee, em 1971, por Alex Chilton (vocais, guitarra), Chris Bell (vocais, guitarra), Jody Stephens (bateria) e Andy Hummel (baixo).
Apesar de terem lançado apenas três álbuns na década de 1970, eles foram considerados um dos precursores do power pop e do rock alternativo, inspirando bandas como R.E.M., The Replacements, The Bangles, The Posies e Teenage Fanclub.
#1 Record: A Estreia Promissora
O primeiro álbum da Big Star, #1 Record, foi lançado em 1972 pela gravadora Ardent/Stax. O disco trazia uma mistura de rock britânico dos Beatles e dos Rolling Stones com soul sulista, criando canções melódicas, harmoniosas e energéticas.
A dupla de compositores Chilton e Bell mostrava um talento incomum para criar refrões irresistíveis e letras que falavam de amor, solidão e rebeldia juvenil.
Algumas das faixas mais marcantes do álbum são “Feel”, “The Ballad of El Goodo”, “In the Street”, “Thirteen” e “When My Baby's Beside Me”.
O disco recebeu críticas entusiasmadas da imprensa especializada, mas teve uma péssima distribuição e vendagem, frustrando as expectativas da banda.
Radio City: O Segundo Clássico
O fracasso comercial do primeiro álbum fez com que Bell deixasse a banda em 1973, deixando Chilton como o principal compositor e líder.
A Big Star voltou ao estúdio no final daquele ano para gravar seu segundo álbum, Radio City, que foi lançado em 1974.
O disco mantinha a qualidade do anterior, mas com um som mais cru e direto, refletindo a personalidade de Chilton.
Radio City trazia algumas das melhores músicas da Big Star, como “September Gurls”, “Back of a Car”, “O My Soul” e “I'm in Love with a Girl”.
O álbum também foi elogiado pela crítica, mas novamente sofreu com a falta de divulgação e distribuição adequadas. A banda começou a se desintegrar, com Hummel saindo para terminar seus estudos universitários.
Third/Sister Lovers: Terceiro Álbum e o Fim Melancólico
As sessões de gravação para o terceiro álbum da Big Star começaram em meados dos anos 1970, com a participação apenas de Chilton e Stephens, além do produtor Jim Dickinson.
O disco assumiu um tom sombrio e perturbador, refletindo o desencanto e a depressão de Chilton. As músicas eram experimentais, ora caóticas, ora melancólicas, com letras que falavam de morte, drogas e desilusão amorosa.
Algumas das faixas mais impressionantes do álbum são “Kangaroo”, “Holocaust”, “Big Black Car” e “Thank You Friends”.
O disco foi lançado em 1978, já com o nome de Third/Sister Lovers, mas a essa altura a banda já havia se dissolvido. Chilton iniciou uma carreira solo que o consolidou como um dos talentos mais imprevisíveis do rock.
As Carreiras Solo dos Integrantes Originais
Após o fim da Big Star, os integrantes originais seguiram caminhos diferentes na música.
Chris Bell lançou apenas um álbum solo em vida, I Am the Cosmos (1978), que continha algumas das músicas que ele havia composto para a Big Star. Ele morreu em um acidente de carro em 1978, aos 27 anos.
Alex Chilton lançou vários álbuns solo, entre eles Like Flies on Sherbert (1979), que mostra sua faceta mais experimental e caótica.
Ele também produziu discos para bandas de punk e rockabilly, como The Cramps e Tav Falco and Panther Burns. Ele morreu em 2010, aos 59 anos, de um ataque cardíaco.
Andy Hummel se afastou da música após sair da Big Star, dedicando-se à engenharia aeroespacial. Ele morreu em 2010, aos 59 anos, de câncer.
Jody Stephens foi o único que permaneceu na música, trabalhando como baterista e produtor na Ardent Studios. Ele também participou das reuniões da Big Star nos anos 1990 e 2000, ao lado de Chilton e de novos integrantes.
O Estilo e as Influências da Big Star
A Big Star foi uma banda que soube combinar influências diversas em um estilo próprio e original. Eles bebiam da fonte do rock britânico dos anos 1960, especialmente dos Beatles, dos Rolling Stones e dos Byrds, mas também incorporaram elementos do soul, do folk e do country.
Eles criavam canções com melodias cativantes, harmonias vocais, guitarras distorcidas e ritmos vigorosos.
A Big Star foi uma das precursoras do power pop, um gênero que valoriza a simplicidade e a eficiência das canções pop com uma roupagem mais roqueira.
Eles também foram uma das influências para o rock alternativo dos anos 1980 e 1990, que buscava uma sonoridade mais autêntica e independente do que a do rock mainstream.
O Legado e a Influência da Big Star
A Big Star foi uma banda que não teve o reconhecimento comercial que merecia em sua época, que foi redescoberta e reverenciada por gerações posteriores de músicos e fãs.
Seus três álbuns estão entre os mais aclamados da história do rock, incluídos em diversas listas de melhores discos de todos os tempos.
Muitas bandas e artistas reconheceram a influência da Big Star em suas obras, como R.E.M., The Replacements, The Bangles, The Posies, Teenage Fanclub, Wilco, Elliott Smith, Matthew Sweet, Ryan Adams e Beck.
Alguns deles chegaram a gravar covers e tributos à banda, como o álbum Big Star Small World (2006), que contou com a participação de Gin Blossoms, The Afghan Whigs, Juliana Hatfield e Whiskeytown.
A Big Star também foi tema de documentários, livros e exposições, que procuraram resgatar sua história e sua importância para o rock.
Um dos documentários mais famosos é Nothing Can Hurt Me (2012), que traz depoimentos de integrantes da banda, familiares, amigos, produtores e críticos.
Um dos livros mais completos é Big Star: The Story of Rock's Forgotten Band (2004), escrito por Rob Jovanovic.
A Big Star foi uma banda que marcou o rock com sua música criativa, emocionante e influente.
Eles foram um “grande astro” que brilhou intensamente, mesmo sem ser visto por muitos.
Big Star é uma banda que merece ser ouvida e celebrada por todos os amantes do rock.
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