Na vastidão do YouTube, vez ou outra surge uma pérola misteriosa: um álbum completo, sem informações oficiais, datado de décadas atrás e apresentado como “obra perdida”.
Um desses casos intrigantes é “Astral Gardens Psychedelic Rock Experience (1967s Unreleased Album)”, um disco que circula pela internet, como se fosse uma gravação esquecida da era de ouro do rock psicodélico britânico, aquela dominada por experimentação sonora, fita magnética, cabeças brilhantes e a revolução lisérgica que mudou a música para sempre.
Black Feather: O Som Psicodélico que Marcou o Rock Australiano dos Anos 70
Olá, fãs do bom e velho rock!
Hoje embarcaremos numa viagem sonora que nos leva à Austrália do início dos anos 70 uma era de guitarras furiosas, longos improvisos e pura liberdade musical.
A banda que guia essa jornada é a lendária Black Feather, um dos nomes mais marcantes do rock psicodélico e progressivo australiano.
Preparem-se para uma imersão no som vibrante, nas histórias curiosas e no espírito rebelde dessa banda que fez história e continua a inspirar gerações de roqueiros ao redor do mundo.
A Cena Australiana e o Nascimento da Black Feather
A história da Black Feather começou em 1970, na cidade de Sydney, num cenário musical em plena ebulição.
Enquanto o mundo assistia ao nascimento do rock progressivo e do hard rock com nomes como Deep Purple e Led Zeppelin, na Austrália um grupo de jovens músicos decidia criar sua própria fusão de sons: uma mistura de blues pesado, psicodelia e improvisos virtuosos.
A formação original reunia John Robinson (guitarra), Neale Johns (vocais), Alexander Kash (baixo) e Steve Webb (bateria).
O nome Black Feather nasceu de uma ideia simples, mas simbólica, representar algo leve como uma pena, mas negro e denso como o som que pretendiam criar.
O grupo rapidamente ganhou fama nos pubs e clubes underground de Sydney, com performances intensas e solos de guitarra incendiários.
Era o início de uma trajetória curta, mas marcante, que deixaria sua marca na história do rock australiano.
O Estilo e a Identidade Sonora. Entre o Blues e o Psicodelismo
O som da Black Feather era uma explosão de criatividade.
Misturando blues rock, rock progressivo e elementos de jazz e psicodelia, a banda se destacava por suas longas jam sessions e pela voz poderosa de Neale Johns, que transmitia emoção crua em cada verso.
As guitarras de John Robinson eram um espetáculo à parte cheias de distorção, feeling e improvisos ousados que lembravam o estilo de Jimi Hendrix e Eric Clapton, mas com uma personalidade própria.
As letras, muitas vezes introspectivas e poéticas, refletiam o espírito libertário e experimental da época.
A banda também ficou conhecida por sua habilidade de transitar entre o som pesado e o atmosférico, uma verdadeira montanha-russa sonora que encantava os fãs.
Essa versatilidade fez da Black Feather uma das bandas mais respeitadas da cena australiana dos anos 70.
O Sucesso de At the Mountains of Madness
Em 1971, a Black Feather lançou seu álbum de estreia, “At the Mountains of Madness”, que rapidamente se tornou um marco do rock australiano.
O título, inspirado no conto homônimo de H.P. Lovecraft, refletia bem a aura mística e sombria que envolvia o som da banda.
Produzido por Richard Batchens, o disco apresentou uma fusão envolvente de guitarras psicodélicas, arranjos progressivos e uma energia bruta que capturava o espírito do underground australiano.
Entre as faixas, destacam-se:
"Seasons of Change" – um hino melódico e introspectivo que se tornou o maior sucesso da banda.
"Long Legged Lovely" – uma faixa de blues rock vibrante, com riffs pegajosos e uma pegada quase funk.
"Mango’s Theme Part 2" – um delírio instrumental que mostra toda a capacidade técnica e a ousadia do grupo.
O álbum recebeu aclamação da crítica e alcançou grande sucesso comercial na Austrália, especialmente graças ao single “Seasons of Change”, que chegou ao Top 20 das paradas nacionais.
Mudanças, Fases e Recriações
Apesar do sucesso inicial, a Black Feather passou por diversas mudanças de formação nos anos seguintes.
John Robinson deixou a banda em 1972, e Neale Johns tentou manter o grupo ativo com novos músicos, explorando sonoridades diferentes, do rock progressivo ao boogie.
Uma das formações posteriores da banda chegou a lançar o single “Boppin’ the Blues” em 1972, uma versão energizada do clássico de Carl Perkins, que também fez sucesso nas paradas australianas.
Essa segunda fase apresentava um som mais direto e festivo, mas sem perder o espírito livre que sempre caracterizou o grupo.
Nos anos 80 e 90, Robinson e Johns se reuniram em algumas ocasiões especiais, mantendo viva a chama da Black Feather.
Mesmo com tantas idas e vindas, o legado da banda permaneceu intacto, como um símbolo da criatividade e da rebeldia musical australiana.
Discografia da Black Feather
A discografia da banda é curta, mas marcante. Cada lançamento é um retrato do experimentalismo e da energia que definiram seu som:
Álbuns de estúdio:
At the Mountains of Madness (1971)
Boppin’ the Blues (1972 – álbum ao vivo)
Live! (1974)
Coletâneas e reedições:
Seasons of Change – The Complete Recordings 1970–1974 (1999)
As Músicas Mais Famosas da Black Feather
Seasons of Change
A canção mais icônica da banda, com arranjo suave e atmosfera melancólica.
A letra fala sobre as transformações da vida e o passar do tempo, com uma melodia hipnótica e uma bela linha de flauta.
É um clássico absoluto do rock psicodélico australiano.
Long Legged Lovely
Aqui, o grupo mostra seu lado mais elétrico.
Com riffs vibrantes e uma batida contagiante, a faixa combina sensualidade e groove, uma verdadeira celebração da liberdade do rock setentista.
Mango’s Theme Part 2
Um dos momentos mais ousados do álbum, é uma jam instrumental cheia de improvisos, wah-wah e energia pura.
Perfeita para os amantes do rock progressivo e das viagens sonoras típicas dos anos 70.
Boppin’ the Blues
Com um ritmo dançante e contagiante, essa faixa marcou a segunda fase da banda, já inclinada ao boogie rock.
É divertida, energética e prova que a Black Feather sabia reinventar-se sem perder sua essência.
O Legado e a Influência Duradoura
Mesmo sem alcançar fama internacional, a Black Feather deixou uma marca profunda na história do rock australiano.
Sua mistura de peso, lirismo e experimentação inspirou diversas bandas que vieram depois, incluindo Buffalo, Chain e The Aztecs.
A banda é frequentemente citada como uma das pioneiras do hard rock psicodélico na Austrália, sendo reverenciada por músicos e colecionadores até hoje.
Faixas como Seasons of Change continuam a ser regravadas por artistas contemporâneos, mantendo viva a chama de uma época dourada do rock.
Mais do que uma banda, a Black Feather foi um estado de espírito, a celebração da liberdade criativa e da paixão pela música.
Uma Viagem Eterna pelas Montanhas da Loucura
A jornada da Black Feather é uma verdadeira viagem pelas montanhas da imaginação, da psicodelia e da rebeldia sonora.
Mesmo com apenas alguns álbuns, o grupo conquistou um lugar especial no coração dos fãs que apreciam o lado mais livre e experimental do rock.
Então, queridos leitores, coloquem seus fones, fechem os olhos e deixem-se levar pelas melodias alucinantes de At the Mountains of Madness.
Porque, no fim das contas, o espírito do rock é isso: liberdade, emoção e transformação.
A jornada sonora da Black Feather pode ter começado há mais de cinquenta anos, mas sua vibração continua viva, leve como uma pena, intensa como o som do trovão.
Um Poema para a Black Feather
Nas montanhas da loucura, o som ecoou,
Entre guitarras que choram e sonhos que voaram.
Uma pena negra caiu do céu ardente,
E o rock nasceu, livre e incandescente.
As notas dançavam no ar em espiral,
Feitas de blues, psicodelia e ritual.
O tempo mudava, mas a chama crescia,
Em cada acorde, a alma renascia.
“Seasons of Change” sussurra ao vento,
Um canto antigo, puro sentimento.
Enquanto “Mango’s Theme” vibra no chão,
O som viaja, conduz o coração.
E assim, leve como pena, mas forte como trovão,
A Black Feather deixou sua canção.
Entre sombras, riffs e poesia,
O rock encontrou sua magia.
The Mission: A Banda que Revolucionou Universo Sombrio do Rock Gótico
Olá, fãs do bom e velho rock! Hoje, mergulharemos nas profundezas do som gótico com uma banda que moldou o cenário musical britânico desde os anos 80: The Mission.
Preparem-se para uma viagem fascinante, repleta de mistério, poder musical e curiosidades surpreendentes.
O virtuoso Catfish Keith foi comparado a Robert Johnson e Son House
Conheça Catfish Keith, um músico de blues talentoso e aclamado, cujo estilo virtuoso de dedilhar as cordas e os vocais soulful conquistaram o reconhecimento na cena Blues.
Nascido em East Chicago-Indiana, o jovem Keith já mostrava um talento promissor desde cedo, quando começou a tocar violão.
Inspirado por lendas do blues como Lightning Hopkins e Mississippi John Hurt, Catfish Keith desenvolveu uma habilidade única de transmitir a emoção e o espírito cru do blues através de sua música.
Radiohead: A Lenda do Rock Alternativo que Revolucionou a Música
Se há uma banda que não precisa de muitas apresentações, é o Radiohead. Com uma carreira marcada por inovação, genialidade e uma capacidade única de se reinventar a cada álbum, o grupo britânico conquistou o mundo e se tornou uma das referências da música alternativa.
Radiohead: A Banda que Revolucionou o Rock e Desafiou as Convenções da Indústria Musical
Soundgarden se Tornou uma Referência do Grunge e do Rock Alternativo
Olá, pessoal! Hoje falarei sobre uma das bandas mais icônicas da cena Grunge que marcou os anos 90: Soundgarden.
Formada em 1984 em Seattle, a banda conquistou seu lugar ao lado de gigantes como Nirvana, Alice in Chains e Pearl Jam, sendo conhecida não apenas pelo rótulo grunge, mas também por sua incrível diversidade musical.
O Início: Seattle e a Explosão Grunge
Quando pensamos em Grunge, logo nos vem à mente Seattle, o berço desse movimento musical revolucionário. Soundgarden, com outras bandas notáveis, desencadeou uma revolução musical que transcendeu gerações.
Soundgarden foi uma das primeiras bandas a surgir na cena grunge de Seattle, com Green River, Skin Yard, Malfunkshun, The U-Men e Melvins.
Esses talentosos músicos são verdadeiros polivalentes, tocando uma variedade de instrumentos, incluindo guitarra, piano, baixo, bateria, harmônica, banjo, lapsteel, ukulele, xilofone e acordeão.
Aprendizado em Casa e Estúdio Próprio
O que torna essa banda ainda mais especial é que eles nunca tiveram aulas formais de música.
Krokus é uma banda suíça de hard rock formada em 1974, conhecida por seu som potente e enérgico.
Com mais de quatro décadas de carreira, a banda conquistou fãs ao redor do mundo e se destacou por suas performances ao vivo intensas e uma discografia recheada de clássicos.
Neste post, exploraremos a trajetória da banda, seus álbuns mais marcantes, as músicas mais famosas e a influência que Krokus teve no cenário do rock.
Tempest: A Breve e Brilhante Tempestade do Rock Progressivo e Hard Rock
Em meio ao fervilhante cenário do rock britânico dos anos 70, marcado pela efervescência criativa e pelo surgimento de bandas icônicas, uma formação de curta duração, mas de imenso talento, surgiu para deixar sua marca.
O Tempest não era um grupo comum. Formado em 1972, ele reuniu músicos virtuosos de outras bandas consagradas, ganhando a alcunha de “supergrupo menor” não por falta de qualidade, mas pelo seu alcance restrito e vida curta.
Sua história, embora breve, é um fascinante estudo sobre a fusão de estilos musicais e a química explosiva entre artistas de altíssimo nível técnico.